terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mulheres em tratamento de câncer buscam diferentes formas de recuperar a autoestima

Quando uma mulher é diagnosticada com câncer sua vida é abalada. Num primeiro momento ela perde o rumo. Surgem as dúvidas, as inseguranças. Quando começa o tratamento vem um momento difícil que é a quimioterapia, os efeitos colaterais trazem sofrimento físico e emocional, a diminuição da libido causa impacto psicológico resultando na baixa autoestima, porém, o que ainda é encarado com muita dificuldade entre as pacientes em tratamento de câncer é a queda de cabelo.


E aí? O que fazer para recuperar a vaidade e o bem estar? Muitas mulheres optam por acessórios como lenços, chapéus e/ou as tão populares perucas. Como fez a apresentadora Hebe, a candidatada à presidência da República Dilma Roussef, a escritora Glória Perez, elas aderiram ao acessório que as insere na sociedade com mais leveza e menos diferença entre as outras mulheres.

É o caso da administradora de empresas, Camila de Almeida, 31 anos, que está em tratamento de câncer de mama “trabalho com moda e sempre fui muito ligada a vaidade e bem estar. Quando descobri o câncer fiquei sem chão e quando o cabelo começou a cair resolvi usar peruca”, as perucas que utiliza vêm de fora “procurei por algo muito próximo do meu cabelo e das minhas características”.

Um dos resultados da parceria entre o Instituto Oncoguia e o Centro Paulista de Oncologia (CPO), é o projeto que leva o nome provisório de “Banco de Perucas”. Camila coordena o trabalho que tem o objetivo de resgatar a autoestima das mulheres em tratamento, “o Banco de Perucas atua em clínicas de tratamento oncológico de alto custo, onde pedimos às pacientes que doem suas perucas quando não precisarem mais delas. Tratamos o acessório deixando-o em perfeito estado para que outra paciente com menos condições de comprar possa utilizar. E quando não precisar mais, a peruca volta para o Banco”, afirma Camila que está na fase final do tratamento e ainda utiliza suas perucas.

Mas têm também as mulheres que optam por não utilizá-las e assumir os cabelos curtos. Foi o que fez a apresentadora Ana Maria Braga. E também a presidente da ONG Bendizer, Maria do Rosário, 52 anos, que está em tratamento de câncer de colo retal, “nunca tive vontade de usar uma peruca. Nunca tive nenhum problema com a vaidade nesse período. Usar lenços ou chapéus, para mim além de ser divertido, era uma maneira de dizer: - Eu estou lutando e muito!”

Independente da escolha, perucas, lenços e chapéus, as mulheres são vaidosas e desenvolvem sua beleza de diversas formas. Essa característica precisa ser preservada e valorizada, uma vez que ela reflete diretamente na autoestima feminina proporcionando bem estar e qualidade de vida, que são essenciais para as pacientes em tratamento de câncer.

Priscilla Arantes

Jornalismo Oncoguia