terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ressonância magnética e mamografia são armas contra o câncer

Uma revisão anual para prevenir o câncer de mama incluindo uma mamografia e uma ressonância magnética pode aumentar a qualidade e a esperança de vida das mulheres com risco de sofrer a doença, segundo um estudo publicado na revista Radiology.

"Utilizar a ressonância magnética e a mamografia para a prospecção dos seios poderá reduzir a probabilidade de as mulheres com alto risco de desenvolver câncer de mama morrer dessa doença e contribuir para que tenham uma vida mais saudável e duradoura", explicou a autora do estudo, Janie M. Lee, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.

As mulheres com mutações nos genes BRCA1, um transtorno hereditário, têm 80% mais de probabilidade de desenvolver câncer de mama em algum momento da vida. A mamografia, o exame mais comum na atualidade para o exame do peito feminino, detecta menos da metade dos cânceres de mama sofridos pelas pacientes potenciais, pois em muitos casos a juventude e a densidade dos seios dificultam o diagnóstico.

Durante a pesquisa, Lee e sua equipe de radiologistas compararam os custos e os benefícios das imagens obtidas a partir de uma mamografia, de uma ressonância magnética e da combinação de ambas.

Para isso, se tomou como referência um grupo hipotético de mulheres com 25 anos e mutação no gene BRCA1, cuja esperança de vida e a qualidade da mesma foram calculadas em função do tipo de testes médicos que tinham sido submetidas para a detecção do câncer de mama.

Os resultados revelaram que as mulheres submetidas à mamografia e a ressonância magnética anualmente ganharam uma esperança de vida com qualidade de 49,62 anos, cinco anos a mais que aquelas que só haviam feito mamografia.

Com relação aos custos dos dois exames juntos, o montante chegava a US$ 110,9 frente aos US$ 100,3 que custava unicamente a mamografia.

Agência EFE - 23/02/10

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Farejador de Câncer de Mama

Cientistas mundo afora vivem correndo atrás de pistas que ajudem a determinar a suscetibilidade à doença, que é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres, no mundo, e a segunda maior causa de morte entre elas. Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, apontam a densidade do osso da bacia, que pode ser medida por um exame já disponível no Brasil, como um novo parâmetro para avaliar o risco de aparecimento de um tumor. Os experts constataram que as donas de ossos mais fortes tem risco  25% maior de adoecer. " O Estrógeno, hormônio importante para a manutenção da massa osséa, é um dos grandes vilões na origem do câncer de mama", explica a Dra Rose Neme.

Fonte: Revista Nova / Fev 2010.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Terapia com calor pode reduzir chance de mastectomia

Um novo tratamento testado em pacientes com câncer de mama conseguiu reduzir em quase 90% a necessidade de mastectomia (retirada do seio). Os testes foram feitos na Universidade de Oklahoma, em conjunto com pesquisadores do MIT (Massachussets Institute of Technology), do Instituto de Pesquisas Biomédicas de Los Angeles, do Centro de Mastologia da Flórida e do Hospital St. Joseph, da Califórnia.
O tratamento é baseado na aplicação de micro-ondas para alterar a temperatura das células cancerosas (termoterapia), provocando sua morte. Essa tecnologia já é usada em alguns tipos de câncer, mas a aplicação para câncer de mama ainda é experimental. "Entre outras coisas, porque o sucesso do tratamento convencional, com cirurgia, já está bem estabelecido e os resultados a longo prazo da nova tecnologia, ainda não. Mas os primeiros resultados, que mostram a possibilidade de evitar a mutilação, são muito promissores", diz Auro del Giglio, coordenador de oncologia do hospital Albert Einstein.

No Brasil, uma pesquisa sobre o uso da termoterapia para câncer de mama foi realizada no Hospital das Clínicas de São Paulo. O princípio do tratamento foi o mesmo (alteração térmica localizada no tumor), mas o equipamento usado foi um aparelho de radiofrequência. Segundo Marcos Desidério Ricci, mastologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), que coordenou a pesquisa, participaram pacientes selecionadas, que corriam maior risco cirúrgico, e com tumores pequenos. "O tratamento possibilitou uma cirurgia menos agressiva e diminuiu o seu risco. Constatamos que em 70% das pacientes não havia células cancerosas vivas após a termoterapia", diz Ricci.

Um artigo com os resultados do trabalho brasileiro foi aprovado para publicação no periódico "Radiology". Porém, a pesquisa está suspensa por falta de verba, segundo Ricci.

No estudo norte-americano, a termoterapia por micro-ondas foi associada à quimioterapia em pacientes com tumores grandes (a partir de 5 cm de diâmetro), que normalmente exigem a retirada total da mama. Após o tratamento, a porcentagem de pacientes que tiveram de passar por mastectomia caiu de 75% para 7%.

José Roberto Filassi, chefe do setor de mastologia do Icesp, diz que o uso de termoterapia, além de reduzir o tamanho do tumor, teoricamente também reduz o risco de metástases, por causar morte celular. Como as ondas de calor são direcionadas para o tumor, o tecido sadio é preservado. "As moléculas de água aquecem mais rapidamente do que as outras e as células cancerosas contêm mais água que as normais. Assim, a região do tumor atinge altas temperaturas mais rapidamente do que o tecido normal ao redor", diz Filassi.

Em outros tipos de câncer nos quais o uso da termoterapia já está bem estabelecido, como o de rim, o tratamento evita a cirurgia, segundo o oncologista Fernando Cutait Maluf, do Hospital Sírio-Libanês. "No caso do câncer de mama, estamos na fase experimental. Os resultados [das pesquisas] são interessantes, mas ainda não há dados para compararmos se a termoterapia oferece maior chance de cura do que o tratamento convencional", diz Maluf.

Folha de São Paulo - 29/01/10